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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Mentifoto

o paraíso dos assessores

sábado, 30 de agosto de 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

domingo, 13 de julho de 2008

Sempre no ar

Devo muito à RUC. Mais do que ao banco. E devo muito ao banco.

As dívidas são como as memórias só desaparecem quando se apagam। Por isso conto continuar a dever. E estas palavras não devem ser entendidas como uma amortização. São apenas juros. Esta dívida deve ficar intacta para sempre.

A pedido, neste ano em que a RUC faz 20 anos, aproveito a ocasião para fazer umas contas.

As primeiras vão para os novos homens e mulheres da RUC. Os que já não conheço. Os que provam que as instituições são sempre melhores e maiores do que quem as circunstancialmente habita e vive. A RUC é maior que a vida porque é maior que os homens.

As outras todos para os que comigo viveram a RUC, para aqueles que nessa altura, há muitos anos, tal como eu vivíamos os dias mágicos das nossas vidas, a nossa juventude, aquilo a que agora chamamos: o nosso tempo.

A RUC e Associação Académica eram, penso que hoje ainda serão, uma colmeia gigantesca. Um enxame de fugitivos à procura de mais vida que aquela que universidade dava.

Havia músicos, havia cantores, havia muitos desportistas, havia políticos, havia cábulas, havia fotógrafos, havia bêbados. Havia espadachins baixos, haviam desafios, liberdade, mas sobretudo éramos todos novos e havia sonhos.

No meio de tudo, no piso 3 da colmeia louca, havia o som da música, o significado das palavras todas e aí, havíamos nós, os gloriosos malucos das máquinas falantes - «you gentleman have heard this young lady,…. Há coisas que só se ouvem aqui»!!

A vida passa num ai. Ai. E foram vinte anos.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

sentidos

Cheiro-te e sinto-me.
Ouço-te
E vejo-me comer-te.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Kinsari

Desejo é um animal
Feito do nosso amor
Corpos suados
Dorsos unidos
Colados, turgidos
Sangue e torpel
Manuscrito na pele
Onde tu começas
começo eu
Terminamos os dois
onde fica o céu.

Do meu rio em ti

Corre manso
Segue firme.
Rápido silêncio
De paz
Anunciada.
Perfeito ruído
Nas guerras
Do amor.
A tua saudade
É um rio...
Liso
Como um riso
Estridente
De prazer.
Nesta gargalhada
Te sinto a falta
Esta saudade
É o Lugar
Onde vivo contigo.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Olímpio Ferreira 1967-2007

Olá Olimpio

Lembro-me de ti sempre que afino esta minha voz inafinável.
Ensinaste-me a procurar a nota na alma quando eu sempre pensei que ela estava no ouvido...

«Foi a saudade do teu braço
e o olhar que já da luz me dói
trabalhei sem dar p´lo cansaço
horas extraordinárias, foi
um dia que passou num furacão
um furacão que se amainou, só
quando, aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias..»

Lembro-me desta música trauteada entre copos de Maio à porta de um chá que era um baile. Éramos tão novos. Estávamos na RUC.

«...E assim que volto ao meu lugar
reencontro com dor e com prazer
o coração que fiz falar
à máquina de escrever, a ver
ela a dar corda à máquina de amar
e um coração a se amainar, só
quando aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias

Hoje sonhei que morria e disseram-me que morreste tu. Foda-se!